domingo, 7 de abril de 2013

agenda cultura do recife - editorial

EDITORIAL AGENDA ABRIL 2103.

Desde aquele dia, 28 de dezembro de 1895, o mundo via nascer e se desenvolver a complexa manifestação estética chamada de 7ª Arte, o cinema. Naquele dezembro no Salão Grand Café, em Paris, os Irmãos Lumière fizeram uma apresentação pública dos produtos de seu invento ao qual chamaram Cinematógrafo. Pouco mais de trinta pessoas ficaram abismadas e em pouco tempo a notícia se espalhou e o cinema conquistou o mundo. A primeira exibição de cinema no Brasil aconteceu em 8 de julho de 1896, no Rio de Janeiro, por iniciativa do exibidor itinerante belga Henri Paillie. Naquela noite, numa sala alugada do Jornal do Commercio, na Rua do Ouvidor, foram projetados oito filmetes de cerca de um minuto cada, com interrupções entre eles e retratando apenas cenas pitorescas do cotidiano de cidades da Europa. Só a elite carioca participou deste fato histórico para o Brasil, pois os ingressos não eram baratos. Um ano depois já existia no Rio uma sala fixa de cinema, o "Salão de Novidades Paris", de Paschoal Segreto. Os primeiros filmes brasileiros foram rodados entre 1897-1898.
E aqui, na cidade luminosa que é o Recife, como tudo começou? Protagonista de um movimento local no começo do século XX, o estado teve importante participação na história do cinema do Brasil. Na produção o estado viveu dois momentos importantes: o Ciclo do Recife, e o Movimento Super-8. Depois do início década de 1920, as produções regionais surgem com ímpeto, sendo a do Recife considerada muito profícua, revelando nomes como Edson Chagas, Gentil Roiz, Ary Severo e Jota Soares, em produções de documentários e de longas-metragens, em títulos como Aitaré da Praia, Um Dia na Fazenda, Jurando Vingar, entre outros. Também surgem empresas como a Aurora Filmes, produtora de Aitaré da Praia, a Vera Cruz e Olinda Filmes. Ainda nos anos 20 foram inauguradas muitas salas de projeção na capital do estado, dos quais se destacam o Cinema do Parque, Moderno, Helvética, Royal e outras. Após o cinema sonoro, veio a fase da decadência, mas mesmo assim as produções aconteciam esporadicamente e até 1969 apenas alguns documentários foram filmados no estado, sobretudo pelo Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais. Em seguida, foram feitas adaptações do Auto da compadecida de Ariano Suassuna e de Morte e vida Severina de João Cabral de Melo Neto, em filmes de 35mm.
A partir da década de 1970, o barateamento das produções amadoras de cinema com os filmes em Super-8 proporcionou o surgimento, em 1973, o Ciclo Super-8, restrito à produção de curtas-metragens para exibição quase exclusivamente em festivais. Deste período contam-se Fernando Spencer, Athos Cardoso, Celso Marconi, Jomar Muniz de Brito, Kátia Mesel, entre outros. Enfim, em 1997, o cinema pernambucano é retomado com o filme "O Baile Perfumado", de Lírio Ferreira e Paulo Caldas e, a partir de então, a produção pernambucana vem brilhando no Brasil e no mundo inteiro.
Hoje, Pernambuco conta com vários festivais de cinema e neste ano o CINE PE, realizado no Recife neste mês de abril, em sua décima sétima edição, é considerado, na exibição, na formação, na difusão da informação, como um dos grandes encontros dos profissionais da indústria e dos amantes da sétima arte. Bem vindos cinéfilos, Recife abraça, com o coração e com a sua luz, o cinema brasileiro. Luz! Câmara! Ação!

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